

Descrição enviada pela equipe de projeto. Conhecido como "Pátio de Pedra", o pátio do Wind H Art Center (Fases II e III) concentra um denso repertório de ideias e experiências em uma área de apenas 235 metros quadrados. Com uma estratégia de projeto que prioriza o espaço externo, a intervenção utiliza materiais leves para conectar os ambientes, destacando a sinergia entre arquitetura, percurso, paisagem e contexto. O pátio é delimitado por um café e uma galeria de música (Fase II), enquanto a Fase III introduz um laboratório de arte e escritórios. Mais do que um núcleo de circulação, o Pátio de Pedra torna-se o coração cultural e sensorial do centro de arte, acolhendo exposições ao ar livre, atividades infantis, lançamentos artísticos e encontros públicos.


Domínios espaciais e paisagem
Encaixado entre estruturas pré-existentes, o pátio responde às limitações espaciais com intervenções estratégicas. Um pavilhão de aço, erguido no canto sudeste, atua como elemento conector entre as áreas expositivas, o café e o espaço aberto, incorporando funções como sanitários externos e circulação vertical. Seu acabamento escurecido cria uma atmosfera interior reflexiva, sensível à luz natural.


A sequência espacial se revela por meio de transições calibradas: uma passarela de alumínio de camada dupla interliga as fases do projeto, enquanto a tela de pedra em concreto, em forma de “L”, ancora o pátio como ponto focal físico e visual. A vegetação nativa, escolhida pela resistência e baixa manutenção, compõe uma paisagem viva que remete a processos naturais. Um espelho d’água com borda de pedra e transição para cascalho triturado adiciona uma dimensão sonora e tátil à experiência do espaço.


Limites e transições
O projeto desfaz as fronteiras rígidas entre interior e exterior por meio de soluções materiais e espaciais cuidadosamente articuladas. O pavilhão de aço e a "Little Hill House" funcionam como zonas de transição, conectando os ambientes internos e externos. As fachadas semicirculares de alumínio criam limites visuais suaves, que atenuam a presença volumétrica das construções. A paleta de materiais — concreto aparente, aço exposto e elementos industriais preservados — reforça uma continuidade entre o passado e o presente, criando uma narrativa material que valoriza o tempo e a memória do lugar.


As superfícies escurecidas do pavilhão e as texturas do concreto moldado em segmentos assumem a imperfeição como princípio estético, criando um diálogo entre o mundo natural e o fabricado. Os contornos em ziguezague do piso e as áreas periféricas não pavimentadas permitem integração orgânica com o terreno, refletindo uma abordagem que valoriza o crescimento espontâneo em vez da delimitação rígida.


Paisagem de Espaço Urbano e Jardim
Em resposta à fragmentação urbana, o projeto abraça a complexidade em vez de eliminá-la. A composição em camadas do pátio espelha a vitalidade caótica do tecido urbano, transformando a desordem em uma experiência espacial curada. O desenho rejeita o formalismo artificial em favor de estratégias espaciais que acolhem múltiplas leituras e usos. A "tela de pedra" atua simultaneamente como barreira e conector visual, enquanto o espelho d’água introduz uma nova dimensão sensorial à vivência do lugar.


O projeto demonstra como a intervenção arquitetônica pode revelar o potencial latente do tecido urbano ordinário, criando espaços que acolhem tanto a memória coletiva quanto experiências emergentes. Ao preservar o caráter industrial das estruturas existentes e integrar novas camadas com sensibilidade, o projeto alcança um equilíbrio entre o histórico e o contemporâneo.
